
POEMA(S) DE VIDA INTEIRA
Data 18/03/2013 02:18:59 | Tópico: Evento
| I - (sem título)
A poesia de uma vida inteira Constatando no final Ser a vida A mais bela poesia Ainda não "escrita" __________________________________________________
II - Uma vida inteira no aprendizado do amor
A mais pura magia de um momento eternizado Presenciando o grande milagre da vida, dia a dia Aquele em que o coração se convulsionou e o sol raiou De forma pura e singela a vida amando amar quem ama ela Tal coração assim vivendo neste aprendizado, amando se desapegada mente Teria os pés úmidos de tinta e percorreria caminhos, estradas, deixando um rastro de simples poesia Seres microscópicos olhariam para cima e veriam caminhos de luz, construídos por nossa "Maestria" __________________________________________________
III - poema de uma vida inteira
A poesia de uma vida inteira Se minha, seria pequena Pois sou poeta menina Demente contente Na alegria alienada __________________________________________________
IV - Breve vida de um poema
O pai, um bêbado, ainda doente de amor mal curado. A mãe, uma mente conturbada, envolta aos vícios do pai. Foi concebido numa noite qualquer, num canto qualquer de um bar imundo. A gestação foi curta, poucos minutos, até nascer sobre a folha de um guardanapo de papel, pela caneta emprestada de um garçom; num parto rápido, como um escarro que despejava ali as secreções daquela doença, doença que trazia em seu corpo: sua herança genética. Mas nasceu velho, enrugado, marcado pela dor: a cara do pai. E naquele ambiente, tão logo foi apresentado à bebida, sugando o resto de cachaça de um copo que tombou sobre ele. Pela mesma cachaça, seu pai também tombou e foi levado embora junto com a mãe desmaiada. Abandonado ali na mesa, foi em seguida assassinado pelo mesmo garçom que ajudou no parto, numa morte também rápida. Sem velório foi enterrado no lixo. Vida breve! Morreu sem nunca ter sido lido, sem sequer saber que foi um poema! __________________________________________________
V - poema de vida inteira
a vida é apenas um cenário onde preparo a saída do poema é o verde humilde que está prestes a morrer
enclausurado
uma barra de ferro brilha repetições nos ombros e nas costas
-afilhado cinzento das tragédias gregas!
a vida é apenas um jogo que eu jogo entre o relógio de areia e a casa de porcelana quente entre o cavalo de barro vermelho e Adão cego bebendo enxofre da mulher triangular.
a neblina do próprio Eu adensa-se e no nome do silêncio maduro as estrelas perdem-se nas cavernas forradas de ouro
-lâminas cortando simétricas as revoluções crepusculares
que outro simulacro abre fendas no coração do homem que se ajoelhou cabeça baixa sem honra nem orgulho ;mármore negro
que tarde finda traz a mulher com a criança nos braços e na sua rédea a foice cansada do campo de trigo
para quando a palavra perfeita que na virtude se acende de morte ou de ideia.
na ampla paisagem da vida onde o mar de Todavia revela-se na gaveta o tempo do sonho alimenta-se da constelação dos planetas profundos e a mulher liberta a criança do Nada e dá-lhe o leite do seu peito enquando o homem ergue a cabeça da razão
e o que fica do passado é a curiosidade de um braço interminável de dor e de palavras __________________________________________________
VI - "POEMA DE VIDA INTEIRA"
Não existe poema meia vida...
não existe poema meia luz, meia voz, que não seduz, que viva só...
meio vivo é poema morto sem adorno e flores no seu horto...
e poema morto é poema enterrado, para que seja vida há de ser cravado
cravado no fundo da alma de quem lê, de quem sorve pela janela dos olhos um poema de vida inteira,
um poema de existência plena -daqueles- que não se esquece, -daqueles- que morre o poeta, mas a obra permanece... __________________________________________________
VII - Sonho de vida inteira
Na minha vida tive beijos e muitas feridas, solidão e cansaço, tive pureza e amasso, lutas contra causas perdidas.
Na minha vida tive um sonho. por ele, bati a muitas portas, conheci muitas figuras tortas e vi poucos olhares risonhos.
Por ele, escrevi muitos versos em vão e muitas rimas sem fim, rios de tinta gastos nesta ilusão, chegando a dormir em jardins sem nunca deixar de ouvir o coração.
Muitos poemas escritos, muitos poemas lidos. O livro nunca foi publicado, aparentemente este foi um sonho apenas sonhado.
Depressa todo o mundo se esqueceu, depressa se findou a alegria, também meu sonho morreu juntamente com a poesia.
Mas o brilho nos olhos não se apaga e ainda hoje continuo a escrever o que a minha alma propaga: "o futuro há-de ser o que eu quiser!" __________________________________________________
VIII - poema de vida inteira
hoje, envolve-me a liteira com rudeza familiar, com crueza torta.
amofina-se-me a beira, já encurtada de ar, que, frio, ainda arranha a porta sem que o queira.
nem sempre foi assim
já fui castelo, coisa grande feita de mim livro cheio saído prelo as pedras, afinal, eram papel e as letras só pareciam mel.
hoje, o cheiro de bolor chega a ser enternecedor mas corta-me em partes desiguais. uma, maior, foge das demais outras morrem-me nas mãos com insuficiência de irmãos. __________________________________________________
IX - Poema de Vida Inteira
Lá na casa de mamãe, começou a minha vida No momento de meu parto, eu chorava, papai ria. Eu nasci gordo e saudável, com bem mais de quatro quilos Era o quinto filho, em casa, filhos de Encarnação e Emílio
Amamentado no peito, crescia a não ter fim. Era um menino lindo, mas, depois, fiquei assim Minha infância, bem feliz, eu era um menino arteiro Eu me divertia muito, pois não precisava dinheiro
Comida boa, e farta, refeições bem caprichadas. Que saudades, de minha mãezinha, que tinha as mãozinhas de fada. Bons amigos, brincadeiras, e a vida ia passando Aprendi a gostar do vinho, e do bem fui me afastando
Eu, que era um bom aluno, com boas notas no boletim Cheguei-me mais à bebida, troquei escola, por botequim Bebi a mais não poder, tornei-me um alcoolista Já não queria o trabalho, eu vivia pessimista
Os anos iam passando, e eu vivia no boteco Saia de lá caindo, como se fosse um boneco Mamãe morreu, foi pro céu, enquanto eu estava na bebida Minha vida virou um escarcéu, eu já não tinha saída.
Todos pensavam assim. Quem iria acreditar? Um dia, sem me despedir, abandonei o meu lar Papai, irmã, os familiares, todos eu abandonei Quantas decepções para eles eu causei!
Andando nas ruas, ao léu, eu era a decepção Passei fome, passei frio... Eu desconhecia o perdão. Um dia, porém, o meu Deus teve misericórdia de mim Numa casa me acolheu, e me trouxe para si
Eu fiquei livre do vício, conheci a minha amada Casei-me, ganhamos um filho, a vida foi retomada Eu até virei poeta, e comecei a rimar Pois todo homem é poeta quando se dispõe a amar
Hoje eu sou muito feliz, por viver a minha sorte Já não tenho o que temer, nem tenho medo da morte. Ao meu filho, deixo um legado de amor, alegria e paz Ele também já faz versos, e é um homem capaz
Minha vida ao pé da cruz é uma vida de vitória Desta forma chega ao fim,o resumo de minha história Esperança, desespero,vitória, e até brincadeira Foi assim que foi escrito, meu POEMA DE VIDA INTEIRA __________________________________________________
X - Fluo em (bio)grafias
Desço cantando chuva, faço-me sussurro, aconchego-me em vales; obnubilo fundos. Turvo-me e transpareço-me; bebo a sede do mundo. Desço em ventres, meandro-me em corpos, revolvo-me em entranhas, levo tudo, lavo o sujo. Vaporizo... e alcanço o céu.
fúria e calmaria, pedra e líquido, saciedade e sabor; minhas dualidades, minhas bipolaridades.
Pela lua que me atrai Pelo sol que me evapora Pela nuvem que me leva Pelo calor que liquefaz-me Pelo lago que me cala Pelas plantas que me esperam Pelas bocas que me bebem Pela terra que me acolhe
Fluo dividida...
[E sou vida inteira!] __________________________________________________
XI - A DANÇA DA VIDA
Amaciei as palavras difusas Que rolaram pelos meus dedos esguios Afaguei cada sílaba na penumbra da minha sede.
Geometricamente alinhadas Falam de ausências silenciando medos Calcinados pelo tempo...
Casas a corar ao sol e esfregonas a lamber o chão Repletas de sonhos incompletos e paredes vazias Com olhos de águia como que revivendo vidas Embrulhadas pelo vento, Rasgando o espaço perpetuado pelo som agudo das feras.
Em cada prateleira tudo permanece estático Em contraste com o rodopiar das gentes Entrando e saindo como folhas de outono Varridas pelo tempo na dança da vida...
O gesto se faz canção que chora e sente As multidões caminham e todo o universo palpita Entre o bailado do sol e da lua, Que geme ao som do teclado que nunca deixa de tocar No frenesim saltitante da música folk.
A nudez da minha pele mistura-se Com o palpitar das emoções Timbradas em papel mata-borrão. Uma audaz fantasia persegue-me Delineando cada passo ondulante no asfalto negro Que marca o limite entre a realidade e o sonho.
Será que posso levar-te ao jardim do outro lado do espelho Antes que a noite se dilua no tempo e a voz Se perca pelos caminhos? __________________________________________________
XII - "POEMA DE VIDA INTEIRA"
Não me ofereças um poema no dia da minha morte. Não morro, porque também não vivi. Caminhei apenas em bermas de estradas, procurando a sombra ou, pelo menos, lugares pouco iluminados. Não quis ser muito vista, nem conhecida, nem muito amada, porque também não soube ver, nem conhecer, nem amar, como devia. Nunca me disseram, e eu também não descobri, ou não fui aceitando, que poderia existir uma Pedra Filosofal e que viver, sonhando, era, na verdade, viver. Talvez numa curva longínqua, mas cheia de sol, eu tenha sonhado fugir dos subterrâneos. E talvez tenha saído, mas não da forma que me era essencial. Daí, esta não-existência, ou semi-existência, este não saber, nunca, se estou, porque devia, ou se não devo, ou se não quero. Os dias passam todos iguais a todos os dias. Não sei se é cansaço, ou seca rotina, ou inútil angústia, ou tudo junto, mas sei que não pode viver, nem vive, quem sente o dever de viver. Por isso, é a sombra que me convém. Não sou cor, nem luz, nem coisa nenhuma. Só quero ser cinzas, quando parar de existir. Quero ficar aqui, na casa onde morei, raiz e seiva de flores que não verei e, quem sabe, não terei. Não quero lápide, nem memórias, nem poemas, nem amigos, que não tenho. Não sou poeta, não faço hinos à paixão, não sei viver poesia. Vivi, em tempos de Vida, não eu, parece-me, mas a outra, aquela de quem se gostava naturalmente, aquela que é lembrada, e não esta sombra que se pisa e ignora, amarga, dura e só. __________________________________________________
XIII - Poema de vida inteira
Estou sem razão, fora do meu juízo perfeito. doidejando e foliando. Sou insensato, estou fora de mim, alegre, vaidoso, apaixonado e orgulhoso, da minha vida inteira.
Estou sem razão, fora do meu juízo perfeito, afrontoso e abominoso, estou fora de mim, magoado e dolorido estou extravagante arrebatado e extremoso, com a minha vida inteira.
Estou sem razão, fora do meu juízo perfeito, demente, louco, sem nada do passado, para me orgulhar, sem nada no futuro, para alcançar, nesta minha vida inteira.
Sei que estou sem razão, fora do meu juízo perfeito, brincando de viver a vida inteira. Mas, é a MINHA VIDA inteira ! __________________________________________________
XIV - A poesia de toda vida
a poesia de toda vida esteve por tempos contida nos vãos pequenos das janelas atrás das sombras da porta onde os olhos jamais alcançaram como um tesouro de pirata escondido no fundo do oceano com riquezas infinitas coisas que no dia a dia passaram por nós despercebidas a verdade do espelho de cada dia o instante que transfigurou-se em segundos apenas aquelas flores que nasceram nos jardins do vizinho o espanto de um susto a côr do silêncio um pensamento que persistiu a tão sutil densidade das coisas o sabor melado da alegria a mão seca que tocou a agonia a fidelidade dos sentimentos puros a imagem lúcida perdida no tempo a poesia de toda vida nasceu e morreu com o tempo não foi vista pelos olhos distraídos tentou acenar tantas vezes desesperadamente quis dar sinal de vida mostrar que estava ali para ser sentida nasceu fresca e jovem em todas estações mostrou sua beleza, até que envelheceu mostrou nas rugas o segredo da poesia mas invisível, não sobreviveu... __________________________________________________
XV - POEMA DE VIDA INTEIRA
âmago dos sentidos sangues dos gemidos dores finas fibrilas clandestinas e incautos corações calem as orações que aprenderam e leiam-me, como nunca antes me leram!
de todos os inícios aos mínimos indícios pecado livre e original de ónus e de aval dores aprofundadas coisas não faladas colo de vossa mãe murro no nariz e o sangue que essa dor tem!
primeira desilusão! quem vos deu a mão?... - eu, das coisas não precisas! por respeito às divisas enterrastes-me fundo e empobrecestes o mundo rasgando horizontes até o último beijo secar para sempre as fontes...
sei-vos céu e inferno flores que morrem no inverno a etern(a)_idade na mão dos amores de verão a ansiedade de ser lentamente, a morrer o uso e o hábito dos mesmos papéis, dos mesmos anéis, dos mesmo êxitos...
grito que vos morreu filho que não vos nasceu dia que vos sorriu fruto que não vos surtiu!
palavra que vos magoou e a primeira bofetada, que dano irreversível vos causou?!
passo que não coube e as marcas por sarar, os dias por contar, alguém os soube...?
... só eu, Poema que ninguém leu!
por vós guardo em mim a (vossa) vida inteira sou este Poema cheio, que vos porta a voz...
pela metade, ninguém o escreva, ninguém o queira! __________________________________________________
XVI - PERENIFÓLIO
tudo que a inspiração me trouxe foi este cantar nostálgico e súbito. fez com que meus olhos chorassem escondidos atrás destas velhas mãos. quando senti os versos escorrerem em torrente entre meus trêmulos dedos; os bendisse, por os recolherem todos... Sem perceber do segundo seguinte, deixei então que todas as lágrimas regassem o branco papel, fertilizando-o, para que algo bom germinasse de mim; crescesse, florisse, perfumasse e frutasse... celebrado como um poema de vida inteira, sempre que for sentida a minha ausência. __________________________________________________
XVII - Momento ou poema de vida (inteira)
E Eu, dividido e disperso no tempo. Dia por dias, passados e futuros, que me imprimem fotocopia. Imagino-me na totalidade, repartido por folhas diversas Respeito instruções, a vida fora do corpo, de uma gráfica universal Sigo à risca e metodicamente o manual do sapiens republicado Onde à nascença foi carimbado o meu nome. ... Para amanhã, já me dei à luz Alimentei-me de rotina para morrer ao fim do dia Mas hoje, sem a asma que sei que sentirei amanhã pela manhã Sem o ar de frete que me trazem outros na cara na fila do transito Sem trabalho, sem almoço, sem cigarros, sem mais trabalho a tarde toda Sem o embrulho no estômago… jindungo no cu de todos os meus eus Sem luzes agarradas aos faróis na fila de volta a casa Sem banho, sem jantar, sem bola na Tv, sem cama e sem sono Hoje, sem nada do que me fará ser eu amanhã.
Delírio passado ou verborreia inútil Nasci em partos complicados e criei-me igual todos os dias E nem num apenas, me mandei a merda e fiquei a dormir. Noites, insónias suadas E guilhotinas suaves para encadernar vida em pensamentos. Lição futura ou caustica previsibilidade. Crio-me de novo, cómodo, e de novo e para o ano inteiro Amamento-me e cresço nos lençóis surrados da preguiça de os mudar hoje ... E eu, tantos Já sou tantos, antes e depois, que agora, não sei qual sou realmente Que importa, sou todos, uns iguais aos outros E de todos, não quero ser nenhum de mim Convoquei-os, mesmo àqueles que já esqueci Reunião, assembleia-geral, eu com os meus eus reunidos à minha volta Todos intimados a escrever sobre quem sou.
O tempo não existe E eu, momento, folhas brancas. Folhas brancas Ou uma vida inteira. __________________________________________________
XVIII - Poema da vida inteira
Outrora, qual a Aquiles, Quase me devoraste, Escamandro furioso, Procela borrascosa – desmesura. Espremeste-me contra paredes, Pegaste-me pelos gorgomilos, Exigindo-me tudo o que não tinha, Tudo o que perdi ou vendi, Tudo o que sempre exigiste de todos: Venalidade! Enquanto três bocas Choravam ruidosamente. Nestas horas, roubaste-me Até meu corcel negro, E quando pedi ajuda, decretaste: “ – Não sei se é verdade... te vira, rapaz!” Grande artista da esquiva e da omissão, Quase me arrancaste todas as lágrimas, Fazendo-me sinistros convites ao mar. Terrível alquimista, Transformaste todo meu mar e sal Em pedra, todo meu céu e lume em lodo. Entretanto, estou aqui: Mil vezes amado, desprezado, Mil vezes perdido e sem caminho, Mil vezes sem profecia ou futuro A te encarar nos olhos... vivo! Com os ombros curvos De quem muitas vezes baixou a cabeça, Em cadeira, de quem quebrou Orgulhosa cerviz. Hoje, estou aqui te encarando, A esboçar um sorriso, Sem perigo de virar pedra. Outros choram, lamentam-se, Preferem puxar o gatilho da melancolia, Embriagar-se da memória dos que partiram. Comigo não é assim: Já não sinto sede ou fome Na língua seca, no estômago enjoado. O esquecimento é o bálsamo Que ofereces a esta esponja ressequida. Hoje, vozes compungidas Calaram-se em meu peito, Aguilhões a me ferirem Já não fazem mal À carne afeita à dor. Agora, admiro tardes iluminadas e frescas Que tanta luta ensombrou, esfriou, Que tanto arrependimento transformou Em noite e tempestade... Sinto-me faltoso, por isso humano, completo. O futuro não mais me inquieta: vivido está! Perdido está! O passado dia-a-dia julga-me, Mas vou sempre sorvendo as velhas mentiras Que imobilizam toda a culpa E as revoluções deixadas por fazer... O presente reduziu-se a um zéfiro suave, À profunda aceitação. Este momento sem perspectivas, metas, Ou pegadas encapsula-me. Sou duro, carne de pescoço. E agora? Pergunta que já não cabe mais: Agora estou completo, perdido, Perdido... __________________________________________________
XIX - Poema de vida inteira
Aborto vivo,êxtase carnal,espirito recluso. linhas divisórias em neon disperso conjugam as primeiras palavras, espasmos luminosos trilhando a cela branca absolvem a mãe insana com frieza.
Alimentado com fúria, pulmoes mecanicos engolem o ar contaminado, sereno atropela a infancia,violentado despe-se a noite como lobo diante da sombra da eterna lua. contorcida estrada,masturba-se.
Gaiolas verticais de concreto e aço,novos muros, bonecos desfeitos,lívidos parecem vivos, novos irmaos postiços. Não importam-se,rastejam na tempestade sem qualquer grandeza ou redenção.
Ainda jovem salta do sonho na torre cintilante da nova era Da cátedra,da raça,da mentira na novela, rígido esplendor assoma-se ao redor do automato despedaçado. poema sujo e grotesco de breve existencia vazia. __________________________________________________
XX - Poema de vida inteira
Não sendo curta Nem comprida É já tanta A consumida Que seria Uma mentira Tomá-la Por inteira
E o poema Contrafeito Insignificante e relegado Talvez até vendido Na candonga Por tuta e meia...
Que despeito! __________________________________________________
XXI - As ... do poema na ! da Vida
Às vezes parece que desistimos de vez Mas sempre erguemos da queda a persistência
Nem sempre o caminho se encontra luminoso E nem sempre o silêncio é a luz do nosso chão
Somos precários em cada quotidiano do nosso diário Na fragilidade indefesa de uma folha de papel Susceptível e predisposta à inscrição da sua história Em cada página com que o mistério do amanhã Sem o prever nem o temer se faz presente
Nem sempre a vida espelha a face que julgamos Neste olhar estático e estanque sobre a sua hora Sem galgarmos o muro lamentável de um momento Buscando na distância do tempo o fundamento de cada dia
Cada dia é uma vela acesa nas margens do nosso caminho Circunscrevendo-se entre si o sentido da nossa existência.
A vida é este contínuo propósito de a escrevermos No parapeito de uma janela aberta ao fortuito dos dias __________________________________________________
XXII - Poema de Vida inteira [nua e crua]
Pela janela do tempo Derrama a chuva lá fora Sem memórias pendentes Espera a volúvel, o agora.
Vida, a desconhecida Hipócrita mascarada Ora é fada madrinha Ora é bruxa malvada.
Um enigma impossível Só dúvidas e incertezas Inacessível e inefável Fonte de falsas belezas.
A vida é uma encenação Ópera de sibila ufana Cada ato propala o final Ironia, comédia humana.
Mas, existe um horizonte Que desvela a vida inteira - Arte, ‘espetáculo estético’ Das metáforas do poema. __________________________________________________
POR FAVOR LEIA
| | | | V Atenção:
agradece-se aos votantes que não alterem o alinhamento cronológico da lista, isso facilita o nosso registo de votos, na tabela criada para o efeito. Não há necessidade de a ordenarem por preferência, basta colocar os pontos atribuídos, em função do vosso próprio alinhamento de preferências, à frente de cada poema. Obrigado.
§§§§§§
A votação, exclusiva aos participantes, será feita via mp, através de lista enviada a cada um, e decorrerá até ao final do dia 22 de Março de 2013.
Relembra-se que a não participação de voto implica a anulação do concorrente.
Votem em consciência, depois de ler (com gosto) todos e cada um dos trabalhos, eles merecem!
...e, claro, nunca será demais frisar que está vedado o auto-voto, os participantes nunca devem (nem podem) votar no seu próprio trabalho!
E L-P
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