Que não me falte o unguento

Data 22/03/2013 17:41:49 | Tópico: Poemas

Dormem em quietude o arco e a flecha;
O tempo quedou meus ombros e a caça é
maior do que posso suster. Meus olhos se
prendem nas mãos, sem perceberem que
o vento já trincou minha face. Ouço uivos
das feras lá fora, e nas paredes do peito,
arranha esta que está presa; lambendo a
breve história. Sinto dor de não mais
tocar o nu dos pés na quebra das folhas.
Amargo o desencontro com o pássaro azul
escondido nas copas dos sonhos.
Sobranceio o que resta, despejando
hidrografias neste solo. Meus horizontes
secaram rachando o chão de peles; conto
as rugas pra passar o tempo, e pra que não
porejem exsudatos, passo a pena n’alma,
aliviando o ardor com poesias. Este unguento



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=244224