
Absintos
Data 24/03/2013 13:23:06 | Tópico: Poemas
| Fecho meus olhos e parece que sinto As fragrâncias dos lilases e absintos Mesclados com as essências orientais Que os meus olhos pequenos e mortais Perdem-se nesses confusos labirintos.
Meus dedos procuram, mas nunca te encontra Por mais que eu me esforce para eles esticar. Meu nono sentido te sonda e se confronta Com a magia emanada na tua forma de me olhar.
Olhos nos olhos Boca na boca Rios ao mar...
Perco-me em devaneios pueris com meu sorriso De menino manso e mineiro. Fico a lembrar dos meus dias felizes no terreiro Da casa onde ouviu os meus primeiros vagidos...
Se eu beijo o pai da poesia Ou se eu beijo a sua filha Minha boca fica sempre a pedir... Mais: Mais de ti e de mim Mais um pouco de nós.
Um pouco mais... Esticar meus dedos... Acordar desses pesadelos, Dessas noites confusas e invernais...
Se rodeio e nesse mar eu não navego É porque já fui Ulisses e fui Homero Entre esfíngicos rochedos deprimidos.
Fecho meus olhos e parece que sinto Uma mistura de pessoas vivas e abissais; Fragrâncias lilases orientais de absintos Que os meus olhos negros e pequeninos Nunca viram assim tão... Iguais!
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