NATIVIDADE

Data 12/12/2007 00:11:44 | Tópico: Poemas -> Surrealistas

Nas lajes nuas do patamar da vida
Arrasta-se um vulto cheio de dor,
Olha o luar que na noite esquecida
Guiará o fruto querido do seu amor.

Abrigo busca no deserto nocturno
Como fantasma que erra sem norte,
No coração leva impresso o futuro
Da rota sinuosa do caminho da sorte.

Lágrimas rolam pelo rosto torturado
Num lamento de tristeza e de agonia,
Nas entranhas carrega o filho adorado
Que na escuridão será o luzeiro do dia.

Flor desabrocha no humano roseiral
Em noite de tempestade, fria e chuvosa,
Não há estábulo como na noite de Natal,
Apenas o aconchego de mãe extremosa.

A neblina rompe o negrume da noite escura
E o silêncio quebra com vagidos de criança,
Para o mundo nasce nova vida de aventura
Na natividade humilde cheia de esperança.



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