Onanistas de plantão, ateus do amor

Data 08/04/2013 02:53:27 | Tópico: Poemas

(#)






Onanistas de plantão, ateus do amor





Eles procuram vaginas de programa
E primam pela liberdade das mãos,
O cérebro, não.
Os radicais enviesam a aventura no caos,
Buscam a prisão da alma,
Uma outra liberdade. Casam-se.

Outros buscam a promiscuidade dos pensamentos,
Emprenham outras ideias,
Numa masturbação coletiva
Esta fissão nuclear em cadeia.

Outros lambem na poesia
Seu melhor coito, seu kama Sutra.
E até pensam ser poetas
Esses onanistas.

E existem alguns que amam porque amam,
Têm em si mesmo este amor.
Não precisam de nada.
Qualquer detalhe é motivo para o desenlace,
Por exemplo,
A terna presença daquele olhar.




......




Basta a presença de um alguém elegante
E a vida ganha um sentido e... aprendemos algo.






......





A grossa camada de fuligem
Que nos envolve, não deixa
Ver além do nosso nariz de pinóquio.
A besta-fera acordou para
Nos tirar do sonambulismo.

Agrande guerra de zumbis se inicia.
O horror não dá tréguas.
Isso porque o homem se recusa
A tomar posse de si mesmo. O amadurecer!





......






Viva a Coréia do Norte e seus mamilos nucleares.








......






Ao verme sem brilho





Vendo essa gente brilhando
E eu chorando de alegria por vê-los,
Mas também me angustiando
Por ser, eu, tão medíocre e obsoleto
E feio...

É quase insuportável ver tanta beleza
Sendo eu mesmo essa feiura pustêmica.
Por que então não meto uma bala na cabeça?

Talvez minha .40 tenha enfim uma utilidade:
Matar um verme,
Verme sem importância, vale dizer.
Eu, essa pustema
Sem nenhuma importância social.
Eu, essa gosma,
Eu, esse tubo digestivo...

Eu, essa ferida inútil,
Porque jaz num corpo putrefato.
Morre, milton,
Porque já não te suporto mais!







......







Despedida, mochila nas costas...



Posto minha penúltima poesia aqui,
meu pitaco incompreendido,de improviso,
nesta rede sem conexão.

Vou ler meus livros,
assistir meus documentários,
filosofar solitário no meu botiquim
uma filosofia de lagartixa
Subindo pelas paredes.

vou pensar coisas que não compreendo
Na esperança de entender esse mínimo
Que ainda julgo ser.

Não sei quem sou,
Sempre repito isso!

Agora, as fibras tensas,
Cobram a resposta:
Conhece-te ou te devoro.








......





Mundo estranho




A vida não poupa argumento,
Não economiza.
Bala perdida?
Apenas um peteleco na orelha,
Mero conselho ao pé do ouvido.

O texto é longo,
Aprende logo a ler nas entrelinhas,
A ouvir os estalidos.

As palavras que digo,
Bem amarradas, exatas,
Não são para os néscios do momento.

Outra coisa, não se engane,
Tudo tem o seu endereço certo.
Observe a sua caixa de correio.




Milton Filho ...O correio está à porta, hebetado, segura o cachorro!










......










Uma dúvida





Mas que tipo de merda faz com que uma pessoa escolha ser violenta e dizer impropérios,
Quando seria muito mais saudável ficar em silêncio?

Na base do grito não se convence nem uma porta!

Quer vender uma ideia? Seja gentil com o outro.










......
















Diálogo estranho





o
Milton Filho --- Tá bom, milton, e o que Vc diz aí em cima tem o odor sub-reptício de quê?
o
Milton Filho --- TUDO BEM, CONFESSO. É ESGOTAMENTO NA CENTRAL DE PROCESSAMENTO. A PLACA, PARECE, NÃO ESTÁ SUPORTANDO O SOFTWARE COLETIVO.
o
Milton Filho --- Indícios de misantropia. Sei como é.
o
Milton Filho --- ISSO É GRAVE?
o
Milton Filho --- Bem, levando em consideração que somos animais gregários por natureza intrínseca e terapêutica, sim, é grave.
o
Milton Filho --- MATA?
o
Milton Filho --- Lentamente, slow motion especial, em contraste com a velocidade exigida para uma evolução dita normal, aqui neste sistema planetário. Atrasar o movimento significa dar pressão à panela, mais do que se pode aguentar. Calibrar é perigoso quando se desconhece o tipo de pneu. Alguns borracheiros já morreram em explosões de ar comprimido. Essas coisas.
o
Milton Filho --- DESENVOLVE AÍ, PORQUE METÁFORAS E ENTRELINHAS CANSA. PENSAR ENVOLVE UM GASTO QUE AGORA NÃO POSSO TER. SORRY.
o
Milton Filho --- Tudo bem, com prazer. Seguinte, é terapêutica transcendente, ascendente e uma exigência cósmica, inclusive, o relacionamento. Quando nos relacionamos, estamos nos relacionando com o nosso si mesmo. "Conhece a ti mesmo", lembra? pois bem, se fosse por nossa conta, isto é, não fosse construído esse programa, essa fissura por se relacionar com o outro, teria que ser de outra forma. O mergulho em si mesmo, a busca por si mesmo, teria que ser direta, tipo se autocirurgiar. O problema é que dói, e aí entra esse imbróglio social, um sotware programado para nos empurrar uns contra os outros num relacionamento, chegando às vias de fato, à cópula, que é tudo interligado nos mínimos detalhes.
o
Milton Filho --- VC É DOIDO, A CÓPULA NÃO É SÓ PROCRIAÇÃO?
o
Milton Filho --- O sexo é uma porrada de coisas, ô ilusionista.
o
Milton Filho --- DESENVOLVE AÍ, CAI DENTRO DA XERECA, LOGO!
o
Milton Filho --- Oquei, mané. Seguinte, as pessoas falam: Um tiro e dois coelhos mortos. Na verdade é uma grande ninhada. O sexo é um aguilhão nescessário por vários motivos. Primeiro, tá na cara, precisamos criar vagas para as almas que precisam exercitar essa realidade dita objetiva. Esse exercício vai promover, dar um adianto, tipo intensivão, para o aluno interessado. Aqui é uma escola das mais duras, se vc não sabe. É laboratório, um tubo de ensaio gigante, um decantador. Nós somos a matéria prima a ser sutilizada, sacô?
o
Milton Filho --- MAIS OU MENOS.
o
Milton Filho --- O sexo cria os vasos, o escafandro, o ambiente, a roupa. Essa roupa exige certos cuidados, te força a ir onde, normalmente, Vc não iria..etc... cria e força um ambiente interno e externo. Ao mesmo tempo impõe limites ao seu espírito não domado, põe rédeas, por assim dizer. Libera situações de um lado e prende, educa e disciplina do outro. È isso.
o
Milton Filho --- MAIS?
o
Milton Filho --- Sim. O sexo mantém a pressurização interna no nível adequado ao seu nível evolutivo. Alguns, como Nietzsche, segundo Ele mesmo, vive muito bem, até melhor com pouco ar, nas altas e gélidas montanhas. Isto é, não precisam e até atrapalha o voo, ter que imitar os cachorros. O coito é também um coice nas partes baixas pra quem se aventura nessa busca solitária.
o
Milton Filho --- TIRANDO UMA DE PIADISTA, NÉ?
o
Milton Filho --- Por essa e outras, aliás milhares, é que, se Vc não gosta de gente, se é misantropo, procure uma saída, um psicólogo, porque a coisa vai tensionar até romper as fibras do S.N.C. Sua natureza mais íntima pede uma coisa e Vc dá outra. Viver essa dicotomia interna pode resultar em quadros belíssimos, arte da melhor qualidade, filosofias, mas também pode mandá-lo para um hospital de doidos, desses que arremessam pedras no lugar das flores.Tirada boa, essa, hein?... flores ou pedras? Dependendo do olhar, um e outro é a mesma coisa, mas não nesse caso, garanto...hehe...
o
Milton Filho --- E A BURRA VIOLÊNCIA, ISTO É, A VIOLÊNCIA FORA DO INSTINTO DE PRESERVAÇÃO?
o
Milton Filho --- Tem sua raiz muito profunda e uma longa explicação que não vou dar agora, porque agora vou mergulhar em Vc, ioga, perquirição, busca...cansaço, sacô?
o
Milton Filho --- BESTÃO, CÊ TÁ NESSA A UM TEMPÃO. VAI PIRAR DE INTERNAÇÃO E BARBITÚRICO, SE LIGA NEURÓTICO.






MF.



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