As sombras são assombrações

Data 11/04/2013 03:05:05 | Tópico: Poemas

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Vejo-os eretos
com braços pendidos,
bípedes.
Vejo-os perdidos
de braços abertos,
em riste.
São cães latindo
meu desespero.
São hordas
de uma nunvem negra
bailando
nas paredes
do meu quarto,
casa,
casulo.
Meu espírito
inacabado
por completar-se
em contemplação
de um estado
quase oco,
quase opaco.
A água de mim
é mágoa
e mar
que não tenho
perto.
O choro
sorvo
na garganta.
A correnteza
da lágrima
não alcança
os olhos.
Sou um ponto
em espiral
de luz.
Feixes
de gumes
de facas
cortando-me
em filamentos
de lugar comum.
Os cães latem
a acusação
das vísceras.
A vida ávida,
fluída em
gânglios.
Eu sou eu,
o outro,
e todos.
Eu sou mais um.

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