
Escreva e leva a dor
Data 26/04/2013 00:05:56 | Tópico: Poemas
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Há dias em que logo que chego, logus pé, e encontro o dito em riste, no meu andar, o pê. Nunca vejo o ser que saiu de lá recente, vindo de cima ou de baixo. Outros dias, os seres e seus dedos de botões de espera e chamada se espalham nos andares parados do edifício. É difícil. Pego escadas antes de me jogar nas veias da cidade. Hoje, chego e pasmo: o dito, parado abre as portas só, para eu entrar. É como se o ser, talvez alado, o chamasse e reservasse só para meu embarque na viagem interdimensional que se faz no elevador. Quando entro, o espelho em perfeito reflexo da minha imperfeição me mostra o olho que compreende a vida como o elevador. O ser convexo quer escrever um poema sobre a vida, altos, baixos, em letras de caixa alta. É que além de subir e descer tudo o mais são esperas ou escadas e portas batendo no corredor.
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