
Devaneios
Data 26/04/2013 12:53:34 | Tópico: Poemas
| Minha doce e amada eloquência Me descapela vivo, e me fere no mais intimo Deixando-me assim aflorado, jogado as traças Que nunca por si só passam, e me ultrajam No vermelho que sangra, quase incompleto Em que me veste de sujo rancor sem temor O mais odiado dos ódios se baseia naquilo que mais odiei Mas que bonita contradição, irmão que mata irmão A vida que mesmo sucinta, espera e de novo repita Levei meu pensamento às verdades não ditas Pensei em que mentiras falariam, onde se esconderia Meus devaneios se tornaram ímpios diante desta confusão Donde me tendes até o chão, que só me sucumbirão Voei de um planalto, me joguei do penhasco Tentei andar descalço, cortei o ultimo pedaço Aquilo que sobrou, quando me decepou Levou metade daquilo que não tinha, o inverso que já desconhecia Porem me resgatou tirando o alento causado pelo tempo Martírio sombrio que o possesso me incluiu, e já não me é mais Não es vulgar, pois está coberto de inveja ressentida E pelas feridas mal curadas e que venho por meio destas palavras Dizer que meus flagelos somente esperam que tenha tempo de ouvir Que no ímpeto, plácido e formoso temor, não me julgues incapaz Pois sou aquilo que me faz, e quando perguntas o que me fez Contarei até três, suspirarei e te entregarei a morte pelos vassalos Surgem reluzentes como um futuro bom, que tormenta meu passado mal Alegria não me faz, mas altera o sofrimento que de meu encalço não saí Olhas o brilho da luz, sente que ela te seduz, e que te manda para longe Foges agora pequena alma, que pelos campos se acalmam Corre pequeno ser, que por onde andas a de temer, e onde for ser Mais que o dia e a noite, mais que sol ou luar, pra reencontrar. Caminhos que nunca percorri sem sorrir de tristeza chorar Agora em minha consciência unicamente está, seu peso em meu arfar. Senti o amargo atravessando a minha boca gélida Vesti pela ultima vez minha face de anjo, aprontei-me com as flechas Sustentei o arco na altura do peito, e em um instante acabou O que escrevi, não foi para dizer adeus, mas sim, de que este não sou eu
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