toca da mata

Data 07/05/2013 22:17:41 | Tópico: Poemas



afônicas, as cadeiras não rangiam
o murmúrio vinha de fora
lá longe, nos campos
trazia ribeirinho a saudade
suave rolava por cascatas
arrastando o menino pelas ruas
juntando ao seu alarido gemidos
das casas de tolerância
entre o si e o dó
de quem sai da infância
os sorrisos já cantam menos
quedam-se sombras caladas
meros ouvintes fluviais
e o córrego, dedos ligeiros
a perfazer atribulações de rotina
com a graça de quem não se crê afogando
ao desaguar em foz voraz
a fúria das memórias
é um acorde dorido
os aplausos, anestésico
entre vagas




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