Ó meu amor que eu tanto queria falar-te ! , que da canção onde o silêncio verte , a dobra de teu lençol é feita de beijos bordados na boca que os olhos saboreiam , desprendo o meu ... ai destino ! ó círculos que entoais brancura cruzada nos punhos rendados , a galope ! , da minha camisa onde a tua marca me proteje dos monstros de todas as noites que eu rejeito mas que teimam em suas feições , disformes !, em atormentarem a candura do sonho que tu , qual tapete florido , estendes à minha entrada , inesperada ! ó , e no entanto , toda a vida , guardada ! e ainda há quem possua a certeza que os corações não sabem ou desconhecem a razão das razões como se fosse possível ver a cor , da flor ! , por dentro do vermelho que a glorifica ... para quê , amada minha , buscar faces que não trajam a nossa roupa ? para quê , minha doce sinfonia , querer a partitura na gaveta dum tempo sem maestro ? ah , música do meu tão súbito acorde ! e ... quase a descair na tua sagrada fonte o pescoço a pender na tua água ! ah triunfo ! que te exclamo fusão redentora desta minha tão trémula mão , ó minha senhora ! nem que hoje eu morra ... aqui ! nem que hoje eu não seja mais ... alegria ou pranto erguerei na alumiação cristalina deste céu de rubis , a tua grinalda , ó ventura !
Ah , palavras ... modos ... todas e todos tão redigidos sem nexo por mim ! que do sentido e coerência do feito nunca nada soube e no meu tão desorientado percurso nunca o nunca foi tão sempre ... ah , que me reviro , no rebentar dos canhões ! destas armas que Camões tão nobremente enalteceu ! e eu que dele nada aprendi a Vaz endosso mil perdões por tão indigno representante da lusíada eu o ser vês , ó amor , ó querida que me és , tudo !, vês porque a bandeira grita a meia-haste ? implora-me o estandarte rubro da minha escola : "cala-te , ó alijador do canto primeiro ! "
Sim , calar-me-ei ... todavia , "a terra move-se" e move-me ... o meu amor por ti ...