
Eu vejo tudo em quadrados
Data 16/05/2013 22:38:28 | Tópico: Poemas
| .
Quadros relacionais do museu humano, eu. A distância do meu raciocínio é equânime à moldura. A dura casca que limita meu horizonte, ângulos retos da minha imperfeição. Nos quadrados imperfeitos a tinta de infinito escorre marginal em delírio flagrante e o quadrante, intacto. Pincéis de tempo e utensílios de outras matérias! Cubículo multidimensional onde materializo a morte, in vitro, na ponta da pena. Limite metafísico da minha resolução de problemas. Não sintam pena! Não sou culpado. Minha cognição, quadrada, enjaulada na moldura que a vida obriga ter. A tela, onde passa o tal filme ante-morte, estandarte do meu esqueleto moral esculpido em mármore rígido até o limite da beira da moldura, salvo do mar, amor, loucura e o precipício brilhando no sextânte. Cada instante é fotografia do mesmo mural. O mesmo cara, quadrado, normal - eu.
.
|
|