Lá fora, é maio

Data 19/05/2013 16:06:41 | Tópico: Poemas


Refém de um lado lunar,
que me prende os olhos na cal branca
da fachada centenária que desce a rua deserta,


cada passo que me leva
repisa os limites de uma folha morta,
enquanto as veias, desatinadas, explodem em gritos
de saudade e muros de melancolia
tanta.


E o céu, tão baixo, tão baixo,
a enregelar-me a pele, a circunscrever- me a visão
ao peso de tão infinitos nadas.


É domingo à tarde, num calendário afónico
e transido de medo, porque, lá fora,
é maio e a primavera canta.


maria



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