
Entre duas manhãs
Data 22/05/2013 10:31:08 | Tópico: Poemas
| Entre manhãs Entre duas manhãs de primavera Atrás do esfregar de uma lavadeira Composições intermitentes de realidade Arremessadas ao ato puro de esfregar Na boleia de um vento prescindível.
Uma primavera cava e ridícula Adulando o momento sem pudor Ergueu três vezes o véu opaco do seu rosto E por três vezes regressou ao disfarce Calcinando em passado um esforço Tão humano quanto a solidão.
A alvura e frescura avizinhou-se de um estendal As molas prenderam as vestes ao Sol A lavadeira afastou-se daquele cenário Com o Sol a existir cálido Com o cingir prometido pelas molas Constrangimento da matéria e do ato.
E a não mais oculta Primavera com voz maiúscula: “Até amanhã de manhã lavadeira!”
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