TEM POESIA NO CIPÓ DESTA CAATINGA.

Data 23/05/2013 02:27:04 | Tópico: Sonetos


Tem poesia até no cipó desta caatinga,
E no animal que já anda cambaleante,
Na lavadeira que reza a todo instante,
E pede chuvas para molhar suas retinas.

Nos açudes com rachaduras no fundo,
Nas lagoas em campos transformadas,
E nos girinos que já torrados pelo sol,
São inférteis para a próxima invernada.

Nas estradas que apontam pro infinito,
Nos canudos do milharal já ressecado,
E nos penugens dos restos de cabritos.

Nas famílias que aturdidas se revezam,
Indo a missa em busca de uma benção,
E até pensão que estão rezando em vão.








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