Coração Palhaço

Data 24/05/2013 23:09:59 | Tópico: Poemas

Quando eu te percebo
Meus olhos ficam frouxos
Criam Ícaros de asas meus medos
E meus dedos vermelhos ficam roxos.

A visão chega a massagear o meu corpo
Que minha alma feliz rodopia, baila e dança;
Embala o meu ser, me torna a ser criança
A impetuosidade dos dois olhos em fogo.

(Confesso que não uso de artifício:
São coisas de um coração tíbio.)

Estranho é que quando eu te vejo
Toda atmosfera se pinta e se colore,
Num mar de felicidade eu velejo
Singrando nuvens pratas e cor de cobre.

(O horizonte sangra, agonizante:
Coisas de um coração itinerante.)

Sim, sinto tudo isso e digo com muito esmero.
Mas não é mister num poema dizer-se tudo.
Apenas que a imaginação multiplica os zeros
E que com um grão de areia se constrói um mundo.

(Pássaros se vão, velozes pelo espaço:
Coisas típicas de um coração palhaço.)



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=248363