
Ame e morra
Data 05/06/2013 00:06:30 | Tópico: Poemas
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Na masmorra da solidão afogado em lágrimas amargas. Ser amargo, magro, agridoce. Seu choro é mel e fel a ferro e fogo. Ser instável, tal qual onda na maré do mar da vida. É onda no mar, é maré cheia, cheio de amor, recheio de amar, cheio de mar, satisfeito. Vou amar-te, sem amor, de carona no cacófato intergalático. Vou ao mar, velejando só, ilha deserta. Ou não vou a lugar algum, fico parado em domínio do meu corpo no eixo de mim. Sólido, mirante em riste para a ação. Choro lágrimas gametas pelas gônadas do meu alívio, respiro orgástico enquanto acendo um cigarro ao invés de amar. Aceita o corpo, ser do coito! Aceita a vida, seiva bruta sem floreios. Românticos não sobreviverão! Sobre as flores amorosas regadas lacrimosas do amor cortês, insurgirão abelhas, espadachins do ferrão. Amar-te não é certo, a morte é certa. Flores de plástico não morrem, assim como o amor, pois nada morre sem antes ser.
. Esse poema foi escrito durante uma conversa no chat do lusopoemas com a usuária Jmattos. A conversa foi motivada pelo texto Fodei-vos, publicado aqui no site.
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