Intermitências

Data 14/06/2013 18:01:35 | Tópico: Poemas



Anoitece
a folha onde escrevo,
sustentáculo de dias de água
e primaveras dissimuladas,
vazios ambíguos, preenchidos
por hipóteses
ou intuição.
Talvez um espaço,
num tempo de permeio,
antes do agasalho da memória. Quando a voz,
ainda rouca,
oscila entre a aproximação
do olhar
e o silêncio do gesto entrelaçado
da palavra.
Indistinta, no voo indecifrável
das imagens,
demoro o corpo na ramagem
liquefeita
e fico à espera. Hei de recolher a manhã
nas minhas mãos.


maria


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=249854