nascituro

Data 24/06/2013 05:22:48 | Tópico: Poemas



é tarde da noite e trago em meus braços a aurora. ela dorme silente como quem sonha com o sossego das coisas fúteis. é alimentada com o leite da rotina de uma mãe caridosa, velha puta que dá a todos sem questionar seus motivos, cobrando barato. todos já tivemos prazer com ela e hoje somos amantes ocasionais, quando nada melhor se apresenta. a aurora é filha bastarda e se ressente disso. quase nunca a vemos e quando nos vemos é uma ocasião muito breve e solene. parece algo tão especial que nem nos damos conta dos outros que a encaram da mesma maneira. todos cornos sonhando com um amanhã único a sorrir-lhes como a mais ninguém. quero ser amamentado.





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