naquela gare

Data 05/07/2013 04:57:42 | Tópico: Poemas



sem sono, sem ter aonde ir
o trem passou e nem o vi
foi e levou todos os sons da noite
seus ecos últimos num distante doppler
fora de alcance
o que me resta senão aguardar
aqueço as mãos com um sopro
elas ganham vida no banco
são as mãos de um pianista morto
fazendo peripécias inaudíveis
num espetáculo digno de esquilos
quem liga?
próximos, os jornais velhos não servem
pra leitura ou coberta
não há sons que não minha respiração
ou é um murmúrio no vento?
a noite é mero borrão escuro
só sei-me os olhos abertos
porque fechados não congelam
como agora




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