
No Fio da Navalha
Data 06/07/2013 17:33:19 | Tópico: Poemas
| Sangue escorre pelo chão da sua casa Saem por todos os lados do seu corpo Sua cabeça está prestes a explodir Sobre sua consciência assassinada Pela sua bala perdida encontrada Dentro da cegueira do seu olho esquerdo Pois quem atira pro céu, na cara lhe cai
Seus dedos estão mutilados um a um Pelas sobras das suas mãos Que roubam o bem que lhe fizeram Deixando os resquícios da sua ingratidão Pois a ação e reação também possuem mãos
Seu pescoço está degolado pelo fio da navalha Atravessado na sua garganta destruída Pelas suas mentiras dilaceradas Tecidas nas teias de sua dissimulação Pois com o tempo as máscaras caem
Sua língua está arrancada pela força Das suas sombras negras da maldição Pelas pragas que sua voz profetizou Nas palavras que o vento levou Pois não há freio que segure uma língua sem osso
Seu coração está saindo pelo peito Prestes a matar a sua dor visceral E num delírio insuportável Você pede pra morrer:
-Tire-me a vida agora! -Não suporto mais essa dor! -Prefiro morrer a sentir isso!
Mas, arraste-se... Mas, ajoelhe-se... Humilhe-se para a morte Porque, talvez, nem ela queira você!
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