
Você tem fome de quê ou A fome do triste
Data 13/07/2013 02:11:00 | Tópico: Poemas
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Ai de mim, os navegantes! O rio inventado preso no cerrado. O lamento das águas do lago.
Quando melancólico esqueço que instantes atrás, em lampejos astrais, decidira não mais lamentar.
É que a estética da tristeza me atrai.
A lágrima, a liquidez densa da tristeza.
A dança das olheiras em madrugadas quentes de amores multiformes.
A tristeza é essa fome eterna de alimento imaterial.
O alimento materializa-se em instantes fugazes de apetites vorazes dos tristes.
O prato de trigo para os tristes.
E tão logo a boca, cravada num torso qualquer sorve o veneno do Epicuro, a tez se entristece.
A alma de barriga cheia, o triste com olhos maiores que a barriga.
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