
Pequena história
Data 14/07/2013 20:56:54 | Tópico: Poemas
| Pequena história
Adiante beira do Tejo nossas almas se apiadam uníssonos gemidos das ribeirinhas nas lezírias. Arfam, sangram mas cantam as dores da sua falta.
Deixo vazar águas de memória e uma a uma de suas cenas. Vejo os cervos que pascem imóveis e as donzelas que se lavam em águas revoltas.
Planície de lezíria pátria de poetas. O olhar compreensivo apenas reconhece caminho há tanto percorrido olhos e sentidos dos que nos contaram Portugal.
Santa Justa e seu elevador fim de tarde no Rossio uma candeia à Fátima em São Domingos Sávio.
Fim de tarde no Rossio alimento para o de corpo de almas brasileiras nos sítios de Lisboa.
Quase pássaros leveza de passos passeio nas ruas famílias de infância nos nomes das montras.
Neste espaço num relance num elétrico eis que se vão quem sabe origens de antropônimos.
Palavras que atravessaram o mar-oceano rumo às cidades da costa baiana designando filhos que a tudo captam pela luz das lentes do seu desvelo.
E o que dizer dos telhados e das torres dos castelos ecoando histórias não contadas.
Eis que os cronistas retornam para o testemunho: Fernão Lopes e Alexandre Herculano.
Neste mosteiro que guarda Camões há voos de estilo venturoso dos seguidores de Manuel o soberano.
Em Belém mirando a torre dissolve-se o açúcar dos pastéis.
Padrão dos descobrimentos pessoas descobridoras.
O artista na Rua Augusta e na área portuária o Tejo solene e mansamente correndo para o mar lavando a soturnidade e as lágrimas salgadas dos seus vates.
Salve Garret, Quental, Cesário Verde! Ave Nobre, em sua torre de sentimento Evoé Eça, que tudo viu e sobre tudo narrou.
Na Alfama o porto de honra e os caminhos já sabidos becos que levam ao povo do Chiado onde reina o carro do fado as casas de fado e as griffes globalizadas.
Enquanto isso o poeta vela e o cronista se alça ladeira acima seguindo o compasso da batida do seu coração lá no alto (ou na baixa) na “Brasileira” o encontro com Pessoa que lá vigia por nós.
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