ESTAÇÕES DO NORTE

Data 18/07/2013 23:27:18 | Tópico: Poemas

Primavera
A púrpura do matiz do pequenino broto
deixou a casa da haste
floriu no recorte do primeiro andar
na morada da avenida bising
havendo vida vegetal na área
a planta florou sem aviso
e tingiu de violeta o ar gelado.

Norte fora de casa
e a púrpura da flor pontuando
cor na fileira dos pinhais
no nosso corredor diário
onde esquilos recolhiam migalhas
(dias da vince avenue
saindo ao sol
quando o clarão era luz).

Verão
logo, jovens iriam arar
seus corpos seminus
nos canteiros do campus
e orariam ao estio
as trilhas vestígios vivos
dos seus pés descalços
marcariam os planos
antes enluvados pelo gelo.

Sentidos alheios a cenários tão alternos
tais visões nos ministravam tempo
e compasso de passagem
(nada se expressando sobre sobressaltos).

Mal sentíamos essas compaixões
e o verão já passara.

Outono
O que lhe diz a estação agora
amor?
ouro
rigor
e declínio
paletas novas
majestosas cores
excesso de cenários
para passageiros.

Já no vaivém diário
corre-corre na vince avenue
flocos nos coroavam
em vinte e um de novembro.

As cinco pontas da estrela então unimos
bem na marca de um final de outono
festejando a primavera familiar:
então, guardamos eros
em nossos corações de estudantes estrangeiros.

Inverno
voltamo-nos para o rio Ohio
que de novo se estancou
aos nossos olhos
fez-se obsidiana
placa negra espelhada
ferindo almas confiadas
lavadas em aguaceiros.

Consternados auscultávamos
os contínuos demarcados
no rigor dos andamentos
compreendíamos
as forças circulares
prefiguradas no tempo.





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