O espelho e eu
Data 22/07/2013 17:30:09 | Tópico: Poemas
| A poesia e eu, Se distorcem entre o espelho e eu. Nada é tão real, Assim como o tempo pode ser atemporal. Nada é tão certo, Assim como a probalidade se confunde com o concreto, Com o concreto das cidades, Com o infinito do espaço, Com o cinza dos céus.
A vida e eu, Se contornam em nítidas formas, Assim como vozes, lembranças e tempo se configuram, Se transcodificam em simples lembranças. A voz eu eu, Pode esvair-se no tempo, Ou pode transportar-se aos cosmos, aos sonhos. Assim como o pássaro, pode sobrevoar a vida, Decair em seu solo, em repouso, Ou em um mero acaso, Transcorrer em seu tempo, Em sua imaginação transfigurada ao real.
A morte eu eu, Transfiguram-se no escuro do véu, Me transportando para a não cor, ao branco, Assim como as ondas do sol me trazem a luz, Encatam minha íris, mas subtraem as cores, Assim como minha mente decodifica o real, Me colocando ao avesso, ao avesso, ao avesso do destino, Pois a sorte me torna mais desleal. A vida e a vontade de viver, Vão ao contrário do que sinto, Assim como a morte tenta me guiar, Por entre a vida a caminhar, Mas a morte e eu estamos longe, bem longe, Assim como o mar está para o continente, Assim como as árvores estão para a terra, Assim como o vento está para seus pés, Assim como o espelho está para minha face: Nítido, destorcido e incerto ao que sinto: nulo…
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