Desço à loucura do coalho

Data 26/07/2013 06:53:31 | Tópico: Poemas



Resta-me os pulsos cortados,
E uma ampulheta de sangue
Sobrevive nesta transfusão
De inócuas sombras inquietas

Desço à loucura do coalho
Cerro os dentes ao frio,
Entrego-te o coração
Como um glacial de vidro

Respira, ostenta
Este enxame de vespas.
Fecunda os aguilhões.
Eleva-me ao fogo,
Não há-de haver um pulsar
Que decepe as raízes
De onde desemboco;
Esta minha existência
Que a ti te pertence povo

Conceição Bernardino



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