Céus que quimeras

Data 26/07/2013 16:47:22 | Tópico: Poemas -> Introspecção


Sopram-me sibilantes ventos
de descontentamento surdo,
que me calam fundo a alma
e me apertam o peito
em asfixia silenciosa...
Respiro ar seco, rarefeito
de sensações mudas
oprimidas por emoções perdidas
em noites de desalentado breu!

Quero fugir não sei para onde,
trôpegas as minha pernas
recusam-se libertar-me,
Tento impor a minha vontade,
mas esta, esmorecida
deixa-se cair em pranto sofrido

Soluço na dor que aflige o meu sentir
grito às nuvens que me olham
também elas, caladas e silenciosas
oferecem-me o silêncio como resposta!

Desespero-me nesta minha situação
de conflitos e paradoxos
busco utopias através dos meus pensamentos
acorrem-me tristezas e frustrações

Anseio pela acalmia do luar
que me proteja desta carência
de afectos e amores,
que finalmente eu consiga fugir para longe
e voar por entre céus de quimeras.

José Carlos Moutinho.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=252517