
Reflexões sobre a vida, o Universo e tudo mais
Data 29/07/2013 14:39:43 | Tópico: Poemas
| A criatividade é apenas a criança sincera, a inimizade com o bom senso e a contestação dos padrões de mundos alheios, pois cada mente é uma arte única.
Falando sozinho. Sem minha voz. E ditando aos meus dedos cada pensamento da forma que vem a mim, sobre minhas divagações sobre divagações, sobre o teclado que segue as letrinhas da minha mente. Reflexo nem um pouco integral da totalidade dos meus pensamentos. Embora insuficiente, é ainda necessário.
Talvez minha música soe estranha para mim da mesma forma que minha voz gravada não reflete o que está ecoando no meu crânio, por isso suas frequências se alteram e se tornam estranhas de mim mesmo, mas velhas companheiras de quem gosta do som que vem do meu corpo. Talvez ela seja só ruim. Mas o que é ruim? Em breve, pensarei nisso. Talvez não seja ruim? Mas ser bom é uma coisa boa? Peraí!
Scorpions, Aerosmith, Queen, Aphrodite's Child, U2... Cada um tem um modo tão peculiar, tão sincero de compor suas baladas!
Talking Heads, Tom Zé, Pink Floyd, Renaissance, Nick Drake, Os Mutantes, Led Zeppelin, Joy Division, The Zombies, Chico Buarque, Raul Seixas, Kraftwerk... Como são lindas as almas desinibidas! E me perco em divagações. Como você? Talvez. Peraí!
A cada boa música sentimos uma alma diferente. E imitações de algumas levam a repetições de padrões, o que facilita a assimilação em mentes preguiçosas.
Não me julgo capaz de escolher uma alma como a mais linda. Mas sei que algumas gritam mais alto quando pisco para elas.
Isso é o resultado final da minha teoria de que se todos e cada um fossem sinceros consigo mesmo e com o mundo, e externassem uma arte vinda do mais profundo de suas mentes, estaríamos sempre encantados e maravilhados com belas criações artísticas - a verdadeira arte, aquela que vem daquilo que só você pensa, que ninguém consegue revelar, por medo das imposições de belo e feio.
Pois só é belo em comparação ao que é diferente e já se consolidou como mais útil e prático. Por preguiça, certos padrões foram estabelecidos para evitar a fadiga da procura por novos padrões musicais - e artísticos, em geral - que agradassem ao maior número possível de pessoas.
Portanto, a arte fonográfica estacionou em artistas que se imitam entre si, tentando imitar melodias, harmonias, ritmos, cores e sílabas já consagradas pelo maior público possível - o que é certo de que será rentável, ao contrário de uma aposta.
Mas ainda existem grandes mentes que não tem medo de se revelar em seu mais íntimo. Sua música os deixam nus. Eles sangram em seus medos e vergonhas, mas se entregam, nus, para o deleite de seus empáticos e a coloração do escuro das mentes de seus apreciadores.
As palavras que escrevo tem o significado que eu dei para elas. Apenas esse é verdadeiro (para mim). E a palavra 'poesia' é escrita por mim, vinda do meu próprio mundo, dos modos como eu a construí - sincero, real, instantâneo e reflexivo - em todo o tempo que já me foi concedido.
Se toda a crítica e toda paixão estarão apenas em meu mundo, por que eu deveria me preocupar com a minha empatia, que se vê dentro das outras mentes, tentando descobrir o impossível: a maior verdade de sua alma - sobre mim e sobre o mundo dele? Convulsões. Tantas cores. Tantos sons inaudíveis. Tanto estímulo. Tanto reflexo. Louco. Estranho.
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