Erva-canária

Data 29/07/2013 15:30:28 | Tópico: Poemas


Erva-canária

No verde tenro dos prados
Abrem-se em delicados
Movimentos bem pausados
Pétalas de erva-canária,
Numa redenção diária.

Sempre que fulge a aurora
Rociada pelo orvalho
Que a manhã também chora,
Os aljofres do poalho
Cintilam no arrebol
Que tudo inunda de sol.

Num sorriso todo o dia,
Acaba-se a fantasia
À hora crepuscular.
Em reverência mimética,
Duma forma magnética,
Flor e sol vão-se deitar.

Põe-se o sol no horizonte,
Guarda o ouro redentor,
Fecha as pétalas a flor
Até que renasça a fonte
Que a faça despertar.
A vida volta a surgir
Quando o sol volta a fulgir,
E a flor a desabrochar.

Juvenal Nunes



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