DIVIDIDO
Data 05/08/2013 13:07:49 | Tópico: Poemas
| Que caminho este em que me encontro! Por mais que circule, por mais que me empenhe, o fim do caminho teima em não surgir... E a vida continua a caminho do fim, como sempre inexorável no seu devir....
Não vejo atalho para o que procuro, e nem o que procuro, que eu saiba, se define ou se compadece com a minha fadiga. Prossigo pois entre o trigo e o joio, andando, e correndo, sem que me fascine...
Não como pão que venha de espiga porque na origem o joio se encontra. E com disfarce apurado observo a montra sempre fiel, sempre amiga, mas não vacilo (embora sem apoio...).
Ah! Quem me dera que a vida fosse um chocolate daqueles amargos mas tão bons E que durasse uma eternidade! Como posso eu dela usufruir, mesmo sem dons, e a verdade nela costurar, como um alfaiate?
Não sou o que outrora quis ser, muito menos o que fui outrora, e vejo que os outros não conseguem ver o outro que cá dentro chora... Sou o que sou mas não o quero ser, mas se o ser me permite duvidar, dividido me acho no meu querer: pois que se ser já sou, mesmo não o querendo, só assim pode o outro ver a luz do dia.
E que verdade costuraria? Que fato novo vestiria, caso pudesse, e a vida mo permitisse? Ah! Como me engano tão desalmadamente, por ser o que não sabe o que sente, e fingir tanto que me enlouquece! Melhor seria que fugisse, fugisse, deste caminho manhoso, que alguém inculcou na minha mente!
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