Sem Título

Data 29/08/2013 02:01:26 | Tópico: Poemas

Quero ser alguém
Saltar e ver o mundo tremer,
Fazer mossa na pedra sem
Seguir outros que não conheço bem.

Fingir não se agarra e agarrar não cola,
Pessoa Made in China,
Abre a sacola
E enfia toda a tralha;

Pode ser que fiques alto;
Sonhos a raspar o chão,
Estreito e longo deixa rasto
Grande marca no coração.

Eleva-te, meu tonto!
Implora e agradece.
Não era esse o ponto?

O miolo apodrece;
A minha vida rota
Gira à volta,
Roda e roda,
E roda uma vez mais;

Persiste e não desiste,
Meu rapaz tolo;
Sonhos... Ah! Insiste!
Deixa para trás visões estúpidas
Põe de lado as revistas
E perde o teu controlo.

A água escorre pelos dedos
E os dedos secam.
A origem dos meus medos,
Ser água na mão de alguém.

Deixo-me à mercê da matemática,
Rebolo-me pelo chão,
Mas o meu corpo no mesmo lugar fica.

A mágoa de outros
Invejada por todos,
Fingida e curtida
Até o pano cair e o meu corpo ficar sem vida.

Fingir,
Fingir traz mágoa,
Toda a mágoa,
Mas não a que desejamos.
Nunca.


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=254407