
deste lado do gatilho
Data 02/09/2013 18:09:56 | Tópico: Poemas
| . uma vez que morremos sobre a tela pintada da aurora e assim encurtamos as razões dentro da nossa própria vontade não a de deus nem a da mãe ou a do pai porque traímos a vista para o mar mas sim a do filho que encolhe os ombros ao senhor percursor feito homem e deste homem agora suspenso na palavra saltam lágrimas para que as possas apanhar no teu colo não ventre, colo com as tuas mãos de madelena nada mais natural do que um gatilho à porta da sombra varrendo de leve as mortes que levaram o mar para depois cair no sossego da verdade quente de um buraco na fronte e deixar que os carrascos levem os teus velhos pais os que te abandonaram quando eras novo muito novo ainda mal sabias falar
os homens são assim, larvas e serpentes , os homens não têm medo de morrer deste lado do gatilho
o casaco que te deram fez bem à pele as mulheres saborearam o teu casaco umas com mais dor do que outras ambas com as mesmas cócegas nas costas
e deste lado do gatilho o homem pede misericórdia para as mentiras que porventura virão comendo a língua e os dentes e deste lado do gatilho o vento de fogo lento pelas costas arde no buraco que ficou na fronte
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