gazal das tantas lágrimas

Data 03/09/2013 23:44:55 | Tópico: Poemas

" ... luz do luar, banhava aquela noite triste,
raios de prata sobre meu pranto desesperado..."

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gazal das tantas lágrimas



Levou muito de mim, depois, deixou-me o peito lacerado,
deplorável e chorando plangente, só desespero dobrado.

Tão tristes lamentos e temores à minha alma envolviam,
copioso e ingrato, pranto brotava do íntimo desgarrado.

Pálida luz argêntea do luar banhava aquela noite triste,
profusos raios de prata sobre meu pranto desesperado.

Não me acudiram, ninguém me trouxe alivio e conforto,
pensavam que para meu espírito, tudo estava consumado.

Nuvem cobriu a lua, a noite tornou-se escura e silenciosa,
a quietude não afastou a queixa, não trouxe riso imediato.

Sequer alguém ali acorreu com mísero lume de uma vela,
todos me deixaram só, aos lamentos, sozinho, plantado.

Muitos, os zombeteiros, espiavam por frestas de janelas,
eles maldosos riam, despejam escárnio neste desgraçado.

Até houve quem dissesse que encontraria decerto a morte,
tantos eram dolentes os lamentos e farto pranto despejado.

Porém, desprezo a todos, recolho-me na minha desventura:
quem poderá censurar, ao perder um amor, ter eu chorado?







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