Maresia da má ré …

Data 04/09/2013 10:53:47 | Tópico: Poemas

Beijoqueira sem tino
De odor fino do mar
De abraço sem vácuo
Deixando o espaço da saudade
Sem lugar vago.

Brisa menina que se torna mulher
No peito erguido
Na venta em proa
Na voz furona
Que soa na alma
Muito antes do Bradar da onda
Muito antes de vestir a pele suja
Dos amantes … e beijar na boca os vele jantes
Que anoitecem o luar.


Ao acordar do sol
Tento seguir o teu caminhar
Mas só encontro vestígios
Na areia descalça dos pés
Que me leva o mesmo lugar de sempre …
Aquele tapete de rochedo, aninhando pequenas lagoas,
Onde apenas os caranguejos se bronzeiam …

Serás que és sereia e eu não sei?

Ou serás simplesmente brisa que pisa a areia?

Só sei que todas as manhãs te procuro nessa praia cheia,
Nos dias de calor
Vazia,
Nos dias de inverno …

Todas as manhas me perco em ter (te) na mente
Porque te amo
Porque desisti de a adormecer
O sonho de te encontrar
Na nossa praia,
Das gaivotas militares …



Aqui, onde te busco, adormeceu uma menina esgotada de procurar o seu amor nestes areal, tão pisado …
Ainda podemos ver na fotografia o seu peito fossilizado ….
Talvez me aconteça o mesmo, mas certamente ficarei no fundo do mar sem dar sinais, se um dia não te encontrar ….





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