AQUELE VERÃO

Data 06/09/2013 16:14:18 | Tópico: Poemas -> Saudade



As férias chegaram ao fim...
Eu nem queria pensar que tinhas que ir embora...
O dia chegou e, lá tiveste que ir...

Fiquei com o coração tão pequenino, um vazio no peito e, meu colo novamente se ressentiu.
Ao despedires-te de mim com aquele abraço tão apertadinho sentim rolar uma lágrima.
A minha vontade era não deixar-te abalar mas, tinha que ser.
A escolhinha começa na próxima segunda feira dia nove, enfim...tenho que ter paciência não é meu doce neto.
O teu sorriso era de alegria, também de saudade dos teus pais e, eu compreendo-te.
Por muito que te trate bem e reconheço minhas qualidades só não farei mais por ti se não o poder fazer claro!
Enquanto aqui estiveste sempre te dei o carinho o amor o respeito e, se ralhava contigo e te repreendia era para teu bem.
Quantas vezes te trocava o nome ao querer-te chamar...chamava pelo teu pai pelo teu tio e tu me dizias é avó eu não sou teu filho sou teu neto.
Ria-mos que se fartava eram momentos tão bons de recordções que voltava ao passado.
E quando a noite chegava e era horas de banho aquilo era uma alegria tremenda.
Só visto...
Eu sentia-me tão feliz naqueles momentos, quando o limpava e lhe fazia a caminha para o deitar...vestia-lhe o pijaminha ele abraçava-me e dáva-me beijinhos tão maravilhosos que Eu fechava os olhos e deixava-me levar pelo tempo.
Quando o punha na cama ele dizia-me:
Avó agora falta uma coisa, o quê filho, o meu scafeinado...claro que não lhe dava café era apenas um garoto, mais leite que café mas, era café de cevada não tinha cafeína.
Enfim, são momentos que não mais irei esquecer
e que me ajudam a passar melhor a vida.

Fiquei á porta a ver-te subindo a rua na esperança de olhares para trás e fazeres-me adeus mas, isso não aconteceu.
Ias tão entusiasmado que te esqueceste de o fazer.
Como avó dou-te o desconto, pois sei que não foi por maldade, pois aindas és criança e, reagiste desta forma sem intensão de me magoar, mas estava á espera que ao chegares ao cimo da rua me fizesses um adeus com tua mãozinha como sempre o fazias.

Não importa, disseste-me ao ouvido, quando me davas aquele abracinho tão apertadinho, comovente que me irias telefonar...
Eu fico á espera da tua promessa.
Mas, se o não fizeres farei Eu por ti muitas mais vezes que antes para ouvir tua vóz doce e meiga.
Portaste-te muito bem enquanto estiveste em casa da avó...agora espero que continues o mesmo menino daqui para me sentir orgulhosa meu menino lindo.
Todos gostavam de ti aqui no serviço da avó... Diziam-nos que tens uns olhos tão bonitos e Eu sentia-me uma avó tão babada.
Fizeste-me, tão feliz neste verão tão quente e "perturbado".
Teus pais conseguiram darem-me a melhor prenda do Mundo.
Pois é a mais valiosa de todas
TU.

Luisa Zacarias
06-09-13



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