
Garoto (Maiakovski)
Data 13/09/2013 01:41:41 | Tópico: Poemas -> Introspecção
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Fui agraciado com o amor sem limites. Mas, quando garoto, a gente preocupada trabalhava e eu escapava para as margens do rio Rion e vagava sem fazer nada.
Aborrecia-se minha mãe: “Garoto danado!” Meu pai me ameaçava com o cinturão. Mas eu, com três rublos falsos, jogava com os soldados sob os muros. Sem o peso da camisa, sem o peso das botas, de costas ou de barriga no chão, torrava-me ao sol de Kutaís até sentir pontadas no coração.
O sol se assombrava: “Daquele tamaninho e com um tal coração! Vai partir-lhe a espinha! Como, será que cabem neste tico de gente o rio, o coração, eu e cem quilômetros de montanhas?” Wladimir Maiakovski, poeta russo.
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