“noctuas somnus”

Data 26/09/2013 11:23:06 | Tópico: Poemas

“ Olha o ferido, mas nem voz profere;
E sobre os pés imóvel bocejava,
Como quem sono prenda ou febre onere.

Fitava olhos na serpe, e esta o encarava;
A chaga de um eu via, do outro a boca
Fumegar; e o seu fumo se encontrava.”

A Divina Comédia - Inferno - canto xxv




Enleada verga de bélica nau, adernante plangente,
estremecendo sob véus, expiando ardor no lume;
saibam todos que o diâmetro do zimbório inclinado,
nos solstícios se serve à fuga das águas celestiais.

Espaços de ganga enrolada nos fios frios metálicos,
retesam driças, vergando mezenas de naves à vela,
enfunados na cancha rasa, medida de densas águas,
pois não foi toda lenha consumida há muito tempo.

Resta sono profundo, no escuro; no silêncio sólido,
estrela reaparece após cinquenta anos de solidão,
coroando um rei vil mais perto do trono sonolento.

Rapidamente se tornou uma pilha de ruínas no fogo,
ao som de cantochões monótonos permeados de fé,
quebrados como sono morto de suindaras nos galhos.






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