“liber ab aeterno supplicio”

Data 01/10/2013 12:49:49 | Tópico: Poemas

“Arreda, bruto! Que este é de outra sorte;
Da tua irmã não recebera ensino;
De vós outros vem ver a pena forte”.

Qual touro desprendido, quando o tino
Mortal golpe lhe rouba, que não pode
Correr, mas salta a vacilar mofino:”
A Divina Comédia - Inferno - canto xii



Sapiente que os heróis caem no campo de batalha,
a Morte como fogo feroz vai destinar-lhes o beijo,
sob todos olhares, rugidos da multidão espantados,
iça-os, ascendem em espiral epicentrico transposto.

Escuridão! Retinas não sorvem reflexos nem efígies,
como assim sempre foi, hordas de areia, avalanches;
tudo cessou. Foi a Aurora que iluminou mais um pouco:
- Nada era imaginário na linha correndo nessas vias.

No balanço das ondas, como nas esteiras de sustento,
tudo acende na guia da mediatriz, dorso de Górgonas,
afastando-se de escarpas busca marcos inapagáveis.

Incontornáveis retornos; vales acessados via da luz:
tudo cessou ante o novo valor, saiu das almas o medo,
audazes nas alturas, regozijo suprime a eterna pena.










Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=256135