
Sentidos
Data 30/12/2007 04:12:13 | Tópico: Poemas -> Introspecção
| Coisas da vida. Observando o tempo passar. Olhar com olhos de um voyeur às horas caminhar Seduzir-se com o rodopio das hélices do ventilador Perder-se no imaginar de uma visão de passado Presente e futuro misturados em vibração não vibrante.
Observando apenas, cada instante Sensibilizado com uma leve convergência do vento Estruturado, sem estrutura, vagante. Rodopiando, como as hélices do ventilador. Parado com o vento lá fora.
Olhos parados neste momento de partida. Não verei o chão.
Nariz erguido, fingindo, um ar de circunspecção Numa alucinação de que tudo é diferente E que você, simplesmente, não mudou. É olhar para um espelho e observar um fedelho De barbas grisalhas, cabelos ralos. E aparelho ortodôntico.
O tato deixa de ser fato O olfato busca fragrâncias que não existem A visão já é cega como a alma que não sente O paladar não tem mais sabores, só dissabores A audição não ouve sua voz, só a minha. Sozinha.
Uma piscadela, um sorriso, uma careta Desfeita, num sorriso tristonho Assim, viro o espelho para parede. E você pare de me inquirir. Eu simplesmente não sinto.
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