,e quero ver a tua face

Data 08/10/2013 19:51:17 | Tópico: Poemas

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,a heresia não satisfaz esta necessidade
quando algumas imagens se despem,

exaustas ou eternas,

e, quando as palavras as tentam descrever;
palavras, palavras, repetirás.

,despojam-se estes sentidos que nos atrapalham vogando pelo ingrato tempo parado por tantos vendavais relembrados, memorizados,

são como os cantares das baleias por alguns horizontes
desassossegados,
ou como ondas saltando a muralha antes dominadora, ressacas
incansáveis, evasões.

Fala-me do descanso,
das súplicas maiores que estes vãos destinos,
das brisas que encerram os ciclos de círculos contínuos,
que se escondem,

,e quero ver a tua face,
no preto e branco pela noite que nunca se esgota,
pelo tempo que não me diz nada,
muito menos as paredes que me cercam,

prece que se arrasta
entre as dúvidas e os desejos escondidos.

Que resistam os ventos dos sete mares,
as vagas repetidas, os mesmos olhares cruzados,
o desfraldar das velas pelo entardecer.


Sorrio-me dos paraísos,

[dos tantos apocalipses afunilados sem renovações,
promessas],

e tu?

,ris dos outonos ainda em flor.




(Ricardo Pocinho)





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