Não me procures

Data 31/12/2007 10:23:56 | Tópico: Poemas -> Amor

Não me procures
na imensidade de um mar opaco
povoado de palavras metamorfoseadas,
no arrolado
no inscrito e prescrito
dos silêncios flagelados - tão cavados e profundos -,
por onde tripudiam astros vacilados, moribundos,
(os que, por temor, por recuo ou descoragem
sentenciaste a masmorras, no expatrio de amaragem)…
[era então coragem…]

Não, não me procures,
no sânscrito pelágico de sombras,
ou em silhuetas d’obscuridades em que me julgas
- que mais não sou que transparência de luz,
Paz que tomba calmamente orvalhada,
e te beija morna, a pele da boca.

Procura-me, amado,
no beijo que te deixo em peito aberto
num laço macio e inextinguível de ternura e d'afecto.

Procura-me ainda
no silêncio lavado deste grito
de fome mendigada em ti, que ai oculta habito….

___
A todos deixo os meus sinceros VOTOS DE UM EXCELENTE 2008. De paz!


Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=25667