a lua enojada
Data 06/11/2013 23:00:12 | Tópico: Poemas
| No verão brilhou como noites de luzes acesas, assustando os pegos a dormirem nos fios, quando surgiu o arco Iris havia querosene nos postes telegráficos enfeitados por bolhas de glicerina. Bem sei que não passaria mais um inverno sem que o óleo ficasse sob a chuva enquanto os cães rastejavam através das vigas engastadas nos andaimes das casas de taipa.
Bolhas de chuva e sabão deixaram as ruas escorregadias para os trilhos do bonde elétrico perfilados nos paralelepípedos recendiam mica e feldspato Mendigos habitantes de viadutos não farejaram o perigo na cor preta o estigma do escarlate Prosseguiam as baladas nas noites quentes em pitorescos andaimes assentadas visando os riscos de nanquim perspicazes atirados nos cestos sabendo óleo diesel emplastado em tamancos duplos dourados
Sobre a ponte passava uma motoniveladora mas não conseguia aquecer suas mãos tão frias nem mais perecíamos um casal apaixonado. estávamos esquecendo as palavras de amor ditas nas noites quentes sob as marquises festejando o dia de ação de graças presenteando uma caneta Montblanc de ouro pendurada na cauda de um cachorro quente
Foi deprimente o que se viu no brilho no céu quando a lua enjoada vomitou todo o peixe ensopado que não digeriu.
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