Abjura-se

Data 31/12/2007 18:01:54 | Tópico: Sonetos

Rabisco linhas, por entre o teu corpo,
Sem se quer me dar á ver o rosto,
Pois para mim a lembrança inquieta,
Nefasta lembrança que a mágoa enceta.

Rabisco lentamente a tua pele,
Pois é o coração que a vida timbre
Dado ao facto, ao gosto, imprime
E ao teu seio a volúpia impele;

Dar-se o corpo a sorver, posto
Que tua gruta convida, se arregala:
-Moço! Se entorna por entre o foço.

Chama-me... para adentrar-te,
Mas teme a alma tal façanha e fala:
-Não quero o corpo, quero amar-te.




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