CALEIDOSCÓPIO

Data 22/10/2013 13:10:37 | Tópico: Sonetos

“caleidoscópio”

Os meus cantos têm formas poliédricas,
São de um tom um pouco abaixo da loucura
Indecisos entre as cores dos campos férteis
E os meandros das areias sem espessura.

Fundeando a contraluz dos meus alvéolos
Há um dom que me resigna à amargura,
Mas no eixo das matizes há uns olhos
De regresso à cor serena da ternura.

Quem atenta à permanência dos sinais,
Sabe a sombra já em flor tornada impura
Pelos gestos fragmentantes dos boçais.

E quem entenda os espelhos axiais
Só verá plasticidade nesta aura
Que reflecte o que fui e não sou mais...




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