Humanos estão se transformando em máquinas
Data 25/10/2013 13:29:24 | Tópico: Textos -> Crítica
| É impressionante como as pessoas estão ficando tolas e inconseqüentes diante da tecnologia. Nesta onda de tornar tudo mais prático e funcional, as pessoas começaram a perder algumas noções pelo caminho e gente se transformou em tela de computador e aparelho celular.
Eu estava me arrumando para ir trabalhar, na TV passava o jornal da manhã e uma reportagem sobre o uso abusivo do celular, precisamente de suas funções. Em meio à matéria apareceu um grupo de amigas que estavam sentadas numa mesa de um bar. Agora pasmem! Elas não conversavam entre si, trocavam mensagem no celular.
Confesso que assisti aquilo com muito espanto. Sim, me espantei porque não consigo compreender tamanho exagero e tolice. Como pode três pessoas estar sentadas uma do lado da outra e ao invés de conversarem olho no olho, trocam mensagem no celular? Isso não é mais falta de noção, já é loucura mental, eu penso.
Nunca gostei de funções de celular, meu celular eu uso apenas para ligação. Não julgo quem compra celular pelas funções, mas gostaria de compreender quem se torna dependente delas, quem troca pessoas por elas, quem se esconde atrás delas.
Mas o mundo, definitivamente, não tem mais jeito. Nenhum comportamento é estático, eles acompanham as exigências da época, ganham e perdem significados, mudam de função e trocam pessoas por tecnologias que estão cada vez mais avançadas. Tempo e funções do aparelho celular, nada se mantém os mesmo, e, pessoas vão sendo esquecidas. Isso é uma pena!
Está claro que isso é uma estratégia mercadológica para conquistar o publico mais jovem, naturalmente, mas quando se perde o controle? Quem vai resolver isso? E como ficam as pessoas? Não sei, apenas sei que todo comportamento exagerado deve ser controlado por si só, se tratando de crianças e adolescentes, talvez caiba a intervenção dos pais.
Outra coisa que me deixa curiosa é amizade do facebook, muitas pessoas mandam solicitação de amizade no site, suponho que quer ser meu amigo, mas, quando passam por mim na rua não me cumprimenta. Então penso, não quer ser meu amigo, quer somente me espiar, porque é assim que funciona. Todos espiam todos, controlam a vida de todos, e são todos estranhos.
Se quiserem saber, isso me preocupa. Gosto de conversar olhando no olho, não dispenso um abraço apertado das pessoas queridas, que fazem parte da minha vida, gosto de fazer amizades, principalmente amizade real, calorosa, presencial. Mas, percebo que a cada dia abandonamos as poucas coisas em nós que são abertamente sinceras e pronunciáveis. Humanos estão sendo transformados em máquinas e quem perde são os próprios, que consomem a suas próprias vidas e liberdade e nem conseguem perceber.
Alva Xavier
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