A DOR DE UMA TARDE: CERTEZA FINAL

Data 29/10/2013 23:11:19 | Tópico: Poemas

Cai a tarde, a escuridão atropela a luz
Dói o corpo todo, certeza: última dor da vida
Tão longa noite e sem rumo, sem luz, vagueia
Procura luz pelos sete cantos do escuro e no escuro voa

Cai o corpo à tarde e a luz atropela a escuridão
Arrancam a flor do vazo e um velho calmo diz: siga
E a dor se desprende dos ossos e não há brilho nos olhos
E os sete cantos da luz iluminam o escuro da nova estrada

Que estrada seguir no fim da estrada e mesmo sem luz, seguir ?
E o velho calmo que estende a mão, quantos filhos tem?
E o senhor da montanha que dorme nas pedras e se alimenta de vento, por onde anda?
Que vagueia a dor, que apaguem as luzes e iluminem as ruas escuras, senhor calmo!

Quando a luz não entende a escuridão e se apaga e dorme e fecunda
É na escuridão que gera seu filho: mais um dia de luz
Quando a escuridão não entende a luz e brilha e acorda e fecunda
É na luz que gera sua filha: mais uma noite de luz.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=257743