Desgraçado o Outubro em Balaclava

Data 01/11/2013 00:35:17 | Tópico: Poemas




Entre outros tantos Corcéis, em prata e couro com esmero ajaezados,
lídimos senhores das vontades próprias ao sabor de insano desatino,
qual turba ali imponente, golpeiam ruidosos cascos a ravina estilados;
triunfais, em curso sobre leito de seixos rolados cunhando o Destino.

Anuídos dóceis à Sorte, mesmo outr’horas, a Rocinantes semelhando,
traduzem ânsia do próprio existir, vigor inato, mesmo predestinados;
por vezes, tomando nos dentes bridão, contravindo das rédeas o mando,
cabeças em profusão buscando de chofre hostes dos Inimigos irados.

Da Morte fugindo, alucinados, eles na mesma irreprimível ânsia da glória,
conduzem ginetes airosos, hussardos vibrando os Sabres de Combate,
carregar ao cruel soar de aço letal, clarim majestoso, sopeando acicate.

A sede da conquista, Ambição de granjear mais uma estrondosa Vitória,
à mercê da íntima instância, em Balaclava, da sedenta conquista a esteira,
as pedras do Vale em trágico final viram a última carga da Brigada Ligeira.







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