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 Do Olfato ao FatoData 06/11/2013 18:00:58 | Tópico: Poemas
 
 |  | Um assovio entrecorta a balbúrdia do metrô subterrâneo É melodia de jazz ou samba improvavelmente pergunta-se qualquer sonolento
 
 Há uma liberdade intocada lá fora
 Lá fora em algum lugar da minha coragem
 
 A noite abraça o vitral de aço escovado
 Uma tranquilidade silenciosa embala o sono desprezado dos desprovidos
 
 Exclamam despertares os relógios do escrutínio covarde
 E um assovio entrecorta a orquestra funesta dos escravizados...
 
 Limitado pelo tempo e espaço?
 Aprisionado a um corpo?
 
 Sinto-me agraciado pelo tempo e espaço!
 Abençoado por este mesmo corpo!
 
 Pensōes alimentícias e decoros parlamentares tangem bordas à loucura
 E a musa cadente afogada em múltiplos orgasmos.
 
 Há beleza no funeral da descrença
 Sonhos enterrados germinam begônias dum supremo amanhã
 O pó de ilusōes cremadas nutre o fascínio bailarino
 
 Deus toma a palavra ao poeta
 Poeta esperto que se cala resumindo ao olfato a arte
 
 Cultivai e colhei!
 
 Dai de beber aos sedentos!
 
 Perdoai vossas próprias mágoas
 Vossas próprias indisposições.
 
 Alimentai-vos do pão que o Salvador fermentou.
 
 Libertai-vos dos vícios e contemplai um lar imaculado
 Um lar em cujo piso migalhas caem e se mantêm comestíveis.
 
 A concórdia está próxima
 A um passo reto de distância.
 
 O passo reto está próximo
 A um instante honesto de distância
 A paz ardente é sua direção.
 Alika Finotti
 
 
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