O jugo mais forte

Data 21/11/2013 13:12:23 | Tópico: Sonetos

Um dia sangraram a inocência;
Sem rumo partiu, ferida de morte.
Perdida, sem prumo, ao sabor da sorte
Vagou sempre em busca de referência.

De pouco valeu a razão da ciência;
Foi justa e precisa ao curar o corte,
Mas não debelou o jugo mais forte:
A noite que ofusca toda existência.

Vieram os dias de riso e festa;
Vieram as noites doces de amores,
No ciclo, onde a vida faz primavera.

Mas sempre depois de tudo o que resta
É esse canteiro vazio de flores,
É esse rugido constante de fera.


Frederico Salvo



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