DELÍRIOS nas RODOVIAS
Data 04/01/2008 21:12:33 | Tópico: Poemas -> Amor
| O anjo de raio cravado no rosto mergulhou os pés lilases no mar e as feridas da batalha cósmica tornaram-se rochedos, o anjo então beijou o mar e das labaredas dos lábios de pétalas lunares ilhas se fizeram, repletas de frutos, cujo sumo é o amor do homem pela mulher.
Já não posso sequer fixar os olhos nos movimentos ondulantes da Aurora, pois são teus cabelos que dão vida aos céus, pelos quais o sol é a voz materializada do meu amor te chamando.
Dragões petrificados decoram castelos erguidos da arquitetura cabalística, cujos cálculos liberam os números virados em bandeiras que anunciam: a mulher é você.
Pois aquí o amor não é módulo, mas Verbo, carnívoro e rebelado, trazendo no capacete da nudez o código das mutações, assim o amor sentido sobrevivendo aos dias finitos abre as portas dos reinos eternos, cuja luz, as flores e os céus exalam perfumes e cores nunca vistos.
Absorto, ouço o coração do anjo pulsar no motor quando a anatomia dos seres cósmicos inaugura delírios nas rodovias e por mais q´eu viva e atravesse as estradas ricas de chuvas, conversarei com o lobo e as abelhas sobre tua passagem a caminho de um mar que não se encerra nas pedras recomeça ao pôr-do-sol
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