Contratualismo

Data 02/12/2013 00:48:11 | Tópico: Poemas

Eu estou louco para falar com você.
Mesmo que não entenda, eu concordo.
Mesmo que não goste, eu quero.
Mesmo que me exclua, eu observo, atento.

Religiosamente eu lhe dedico meu tempo.
Espero que logo fale comigo, ou se vire em minha direção.
Eu estou encantado por você.

Cubra-se, eu a espreito.
Culpado! Cometo o maior de todos os crimes.
Espero da morte, pois a desejo ardentemente.
Delicia terrena, como desejo vagar em teu jardim.

Quando moldaram-na, contemplavam as nebulosas de vento de pulsar.
Há um magnetismo em seu ser que nos dobra ao seu caminhar.

Pudesse eu matado mil homens em batalha.
Quem me dera ter declarado guerra.
Fui omisso e perdi a juventude,
O amadurecer, a velhice, e a dor em lhe perder.

Sinos não se dobrarão nunca mais na abadia de meu coração.
Repousa na Ponte de Milvio o cadeado do paraíso dos sonhos.
Ele se realizará, verás.
Ainda, mesmo que não saiba quando, ainda viveremos.

Fui-me hoje. Uma viagem sem volta.
Perdoe-me a pressa, o trem não espera.
Volto para buscá-la, e mesmo que não vá, estarei.

Pois foi.
Pois é.
Será. Sim será, sempre, uma honra lhe amar.



Este texto vem de Luso-Poemas
https://www.luso-poemas.net

Pode visualizá-lo seguindo este link:
https://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=259504